Existe uma ideia generalizada de que o uso das novas tecnologias de comunicação atrapalha o desempenho linguístico das crianças e dos adolescentes. Em primeiro lugar, devemos ter em mente que o desempenho linguístico diz respeito à capacidade que o usuário da língua tem de comunicar-se em diferentes contextos sociocomunicativos. Isto requer do indivíduo um reconhecimento do tipo de discurso e do gênero textual que deverá ser usado durante a comunicação.
O uso das mensagens pelos celulares, que requer objetividade e rapidez na comunicação, pode ser comparado ao uso da linguagem telegráfica, muito utilizada antigamente, através dos telegramas, com os mesmos objetivos (informar com o menor número de caracteres possível), portanto o formato do texto e a linguagem é adequada à situação interativa vigente.
Ao manusear o teclado do celular para enviar torpedos, e-mail etc. o usuário amplia seus conhecimentos e competências comunicativas, partindo dos conhecimentos anteriores em direção aos novos. Escrever uma mensagem para celular é diferente de escrever um e-mail, ou um post no facebook; assim como escrever um e-mail a um amigo é diferente de escrever um e-mail a uma autoridade. São situações diversas que exigem formas diferentes de uso da língua, não significando que são melhores ou piores, que decorrem da influência das novas tecnologias.
Se a escola formar o aluno para essa diversidade de situações comunicativas, habilitando-o a reconhecer e a usar a linguagem e o gênero textual adequados a cada contexto, não afetará o desempenho linguístico dos jovens, principalmente se a escola habilitá-lo a dominar com propriedade a norma culta da língua, para usá-la quando for necessário.
( Luza Mai/2013 )