domingo, dezembro 30, 2012

Como ser um HOMEM DE BEM?

     Vou começar  "confessando" que tenho uma "queda" pelo texto "O Homem de Bem", que se encontra no  Capítulo XVII do Livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec, cujo título é "Sede Perfeitos".



      
      Deveríamos ler este capítulo todos os dias antes de sair de casa para o trabalho, para o lazer, ou para qualquer outra atividade. Acredito que se lembrássemos de algum desses itens em momentos críticos do nosso dia, evitaríamos tantos erros e desatinos causados pela nossa falta de clareza e discernimento ao vivenciarmos essas situações.

     Todos nós, ou pelo menos a maioria de nós, dentro das nossas concepções, considera-se uma pessoa de bem. Só que muitas vezes aquilo que consideramos um bem na nossa vida, necessariamente, não significa um bem na vida do  próximo, ou um bem REAL  para nós mesmos.
     A nossa concepção de BEM depende de inúmeros fatores: da nossa educação recebida na família, do meio social e cultural em que vivemos,  dos valores que fomos estimulados a desenvolver durante a nossa caminhada,  das tendências que provêm das nossas existências anteriores etc.
    Todas essas dúvidas em relação a forma como deveríamos agir em determinadas circunstâncias,  deve-se, exatamente, ao nosso grau evolutivo. Ainda nos falta  LEMBRAR de tudo aquilo que Jesus falou estar gravado em nossa consciência - as Leis de Deus , mas ainda adormecidas, esperando para desabrocharem, mediante nossos esforços na prática do bem e na busca de conhecimento e  de autoconhecimento.
                                                                 
                                                                                       Luza Mai Marques Seckler

      Eis um resumo do texto editado pela TV CEI, e que posto aqui, para apreciação e reflexão dos leitores :



O TEXTO NA ÍNTEGRA:

            O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.
            Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.
            Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
            Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.
            O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.
            Encontra usa satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros., antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.
            É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.
            Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.
            Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.
            Não tem ódio nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.
            É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.
            Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
            Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.
            Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.
            Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.
            Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.
            Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.
            O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente. (Ver cap.XVII, nº 9)
            O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.
            Esta não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec

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